29 setembro, 2011

O fim do fim do fim.




Há uma semana que você se mudou do meu corpo. Neste exato momento, mandei para você suas últimas coisas que aqui ainda estavam. Livrei-me das lágrimas que derramei de saudade. Junto estão todos os suspiros que dei quando nossos olhos se encontravam, acompanhados pelas noites que ficava esperando você vir falar comigo. Seu cheiro que ainda estava guardado em uma gaveta também está indo. Todas as sensações que você me fez ter quando sentava ao meu lado estão dentro de uma caixinha branca. Ah, quase me esqueço, coloquei no bolso maior, a esperança e a vontade de um dia te ter de volta na minha vida. 
Espero que fique bem. 

01 março, 2011

Babelle II







O telefone tocou. Babelle continuou deitada no chão gelado da sala, vestida apenas de calcinha e camiseta. Sentindo a frieza do chão cortando sua pele. Começou a rir, imaginando a confusão que iria ser se a mãe dela a visse. A falta da sua mãe preencheu-a completamente. O telefone tocou novamente. Ela se sentou e ficou imaginando quantas horas havia passado ali. Fazia isso desde pequena - escondida da mãe, é claro! -, deitava-se no chão gelado e esquecia do mundo. Antes do telefone tocar a terceira vez, Babelle tirou-o do gancho.

 - Alô?- Perguntou, levantando-se do piso para se sentar na sua poltrona verde-limão. Como não obteve resposta, repetiu.

 Já era a sétima vez aquele dia. Suspirou e continuou:

 - Por favor, fale-me quem é. Não é possível que ligue apenas para ouvir minha voz... Ou é? Faz um mês que me liga e eu nem ao menos sua voz, se é homem ou mulher ou seu nome. Qual seu medo? Eu ainda não fui simpática o suficiente para você se sentir seguro? Na verdade, isso de você ter medo não tem nem lógica. Afinal, eu sou a garota que recebe ligações de um desconhecido sempre nos mesmo horários. Mas não estou com medo... Quero apenas que me conte quem é você.

Ela ouviu algo do outro lado da linha. Achou que dessa vez descobriria quem era a pessoa. Sentia a hesitação... E de repente, desligaram.

Babelle que estava sem respirar de ansiedade, soltou um grande suspiro. Levantou-se em direção a cozinha para preparar a janta, mas sabia que depois de duas horas o telefone iria tocar outra vez.

17 fevereiro, 2011

Pessimismo.






A solidão me usa como refeição,sou seu prato principal. Submersa em pessoas tão vazias, que fingem e mentem. Tudo caminha pra um abismo de palavras simuladas. Em quem confiar? Em que acreditar?
Você me decepcionou, e isso é tudo. 

10 janeiro, 2011

Ana.



Roubaste meu único bem, Ana maldita.
Provou o sabor da boca que eu sempre desejei,
e chamou de amor o que era o meu.
Analisa suas conquistas... Eram as minhas.
Esconde o que é de verdade, anaconda, para ter o que eu anseio.
Fingida, a anarquia de seus objetivos furta o meu equilibrio e minha sensatez.


Pelo menos, Ana, cuide do amor da minha vida como se fosse o seu. 

08 janeiro, 2011



Mergulhe em mim.
Venha devagar, que irei ser como você desejar. Te darei o sal que há em mim, mas se preferir doce, serei o oceano de açúcar. Não precisa sequer fechar os olhos, não te farei mal nenhum.
Confia em mim e fique imersa em todo meu amor. Deixe-me deslizar por sua pele, alisar seus cabelos e ser seu.
Não tenha medo, querida. Minha imensidão é só para te acolher.
Sou seu mar, esqueça a terra e navegue em mim.



  Angus & Julia Stone - For You by nettwerkmusicgroup