25 março, 2010

Tocou o despertador. "Acorda para os fatos, querida".



Não, eu não quero. Quero lamentar depois!
Quero curtir essa sensação mais um pouco.

24 março, 2010

A valentia de uma rosa.



Uma pequena rosa branca com uma inteligência que desbanca qualquer um. Tem um coração tão belo que esconde por trás de uma armadura de nuvens carregadas. Sempre tentei te fazer pelo menos um pouquinho do bem que você me proporciona, sei que não chego nem perto. Eu não cansarei de agradecer por tua companhia, amizade e carinho. Minha pequena irmã, te admiro muito.

21 março, 2010


A vertigem já começou, o enjoo toma conta do meu corpo. Que merda, eu só estou indo visitar minha tia. Fazem 6 anos desde a última vez que a vi, eu era ainda uma criança boba. Agora sou apenas uma adulta boba. Ela sempre foi a tia que eu mais gostava, e era a que menos gostava de mim. Dizia que eu era doce demais, me chamava de "melzinha". Ela sempre foi fria
comigo, mas agora ela está gelada. Chegamos. Vamos ao funeral da minha titia.

Não há mais amor aqui.


A casa está tão pequena agora. Fazem quatro meses que você foi embora e que eu não saio da nossa... da minha cama. Tudo está tão escuro, tão frio, tão, tão... Quando vou poder voltar do trabalho e te encontrar novamente na cozinha, me esperando para jantar com aquele sorriso que vitalizava minhas forças? Ou quando eu poderei chegar mais cedo e te pegar debaixo do chuveiro, te lembrar da nossa paixão? Por que você deixou a louça suja e aquele bilhete rabiscado, "Vou te deixar, meu amor. Pois já faz tempo que não sou mais o seu". Você se foi e deixou comigo tantas perguntas. Eu não fazia questão delas, você poderia tê-las carregado junto com suas roupas limpas. Aproveitava e levava também essas lembranças que não me deixam dormir. Mas não... Você se diverte vendo que agora sou eu que choro te esperando chegar no final do dia. Esperando alguém que nunca chega, e que sei que não irá mais voltar. Deixe-me agora. Vou ligar o nosso... o meu rádio e aproveitar do pouco que me deixou: seu cheiro nos lençóis brancos.

20 março, 2010

Primeiro passo.


"Voar alto" nunca foi uma expressão tão atraente quanto agora.

19 março, 2010

Medo.


O que irá acontecer amanhã? O que farei do meu futuro? Como será aquela viagem planejada há tanto tempo e que não pode ser cancelada? Como será o encontro que ensaiava em frente ao espelho? As dúvidas me cercam e me atormentam. Acabam com minhas noites e me fazem rezar para que tudo dê certo. Tenho receio de tudo que pode acontecer, fraquejo e desisto... Logo depois acordo e enfrento, me entregando às possibilidades. Vou nessa montanha-russa, baby.

12 março, 2010



Vou aos poucos me perdendo. A razão se esvai, junto com minha concentração, lógica, vaidade, equilíbrio, o controle da minha respiração, noites bem dormidas, e, principamente, o amor próprio. Teu cheiro habita as minhas narinas, um cheiro que ainda não consegui sentir. Teus dedos passeiam por minha face, já cor de morangos selvagens. Ah, como a fantasia é reconfortante... Te imagino comigo, sem nem ao menos ter experimentado um dia.

01 março, 2010

Um adeus avermelhado


Com o corpo debruçado sobre a velha mesa da cozinha, devorando uma melancia mais que suculenta. Que menina travessa! Parecia não haver tempo, nem outra comida em todo o universo. “Taíssa...”, chamei. Ela, de cabeça baixa e boca repleta de pedaços da pobre melancia, resmungou algo incompreensível. “Taíssa, olhe pra mim!”, ela levantou a cabeça e ainda engolindo o último pedaço que colocara na boca, lançou-me um olhar triste. Talvez tenha sido por causa da melancia largada para me dar atenção, ou não. Apenas sei que naquele momento percebi o quanto eu fazia mal à minha pequena de boca menor ainda. Sorri, mandando-a esquecer, que não era nada. Saí em direção ao nosso quarto. Se é que era “nosso” ainda... Eu tinha minhas dúvidas. Pensei em me deitar e dormir um pouco, mas não sou tão tolo, sabia que não resolveria. Apenas, sentei-me na borda da cama e comecei a recordar: Seu sorriso tão sincero no dia em que fomos apresentados; o vestido florido que ela usava nos dias especiais; a maneira que nossas mãos se encaixavam perfeitamente; os olhos brilhando quando a despertei pela primeira vez, com uma bandeja de café da manhã nas mãos; E, principalmente, há poucos minutos quando ela me olhou... Quando percebi que ela já não era minha. Peguei minha pequena mala velha e marrom, e juntei todas minhas roupas impregnadas com o cheiro da minha pequena. Fechei a porta do quarto que agora era só dela e fui à cozinha. Taíssa já estava no final da vermelha melancia, abracei-a por trás me afogando nos cabelos cor de rubi. Ela ainda sentada, virou-se e procurou minha boca com a sua, puro sangue da fruta. O gosto adocicado de sua boca, tornou a despedida mais terna. Soltei-a e fui embora. Libertei minha amada. Libertei-a de mim.