17 abril, 2010

Tanto faz.

Os soluços do seu choro eram profundos e ásperos. Pois cada vez que os ouvia, sentia arranhar-me os ouvidos e cortar minha pele. Ela se sentia sozinha, e parecia se esconder de uma solução. Naquela noite, pequeninas gotas de limão escorriam pela sua face alva. Seus olhos, dois lagos cinzas, onde eu queria sorver todo seu líquido. Seus cílios emaranhados e brilhantes piscam incessantemente. Por que choras assim, menina? Não sabe que esse seu nariz vermelho me lembra um palhaço? Lógico que não é bonito, pequenina. Venha, deite no meu colo. Esqueça esses problemas e durma. Dorme mais uma vez e não acorde nunca mais.

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