18 junho, 2010



Em algum lugar perto dali, ouvia-se a voz do Raul Seixas... Tão baixa, que parecia um sussurro distante..."Eu nunca cometo pequenos erros, enquanto eu posso causar terremotos"... Despertou com uma sensação de leveza. Nunca era bom o bastante para ninguém. E ele adorava isso.
Piscou os olhos e percebeu que não sabia onde estava. Em uma cama desarrumada no que parecia ser um quarto... um quarto bem... bem roxo. Pontada na cabeça. Não lembrava da noite anterior. Nem lembrava com que roupa estava vestido antes, pois agora ele estava sem.
Sentiu-se enjoado, nervoso. Tentou levantar-se. Vacilou, caiu novamente na cama. Observou melhor o quarto de menina. Ursos, livros, computador, armário e muito, muito roxo. Sentado na cama ainda, tentou pegar as roupas que eram dele do chão, quando ouviu um sorriso borbulhante vindo da porta.
Um garota pequena, de camiseta preta e meias. Branca como neve e de olhos de um verde escuro. Mas o cabelo era o que mais prendia a atenção: escorrido e negro, com as pontas roçando nas suas coxas nuas.
"Finalmente acordou, guri", falou com uma amabilidade tão grande que ele se sentiu em casa. Mas não sabia como reagir à garota seminua, mas queria senti-la. Apenas ficou calado, olhando-a. Ela se jogou na cama ao seu lado e beijou-lhe. Ele soube ali que não precisava falar nada, que era com ela que ele devia estar e não queria se afastar. Queria agora ser bom para alguém.

Um comentário:

Guuh disse...

É tão lindo.
Cada palavra se torna mais chamativa que a anterior, acalma, agita e deixa mais ansioso!
Perfeita sempre, t amo!