26 maio, 2010

Libertação


O gosto do último cigarro tragado ainda amargava sua boca. Ouvia um jazz antigo e cantarolava seguindo a melodia. A letra da música era sobre o arrependimento, e nisso ela pensava. Estava tão cansada... mas não arrependida. Não, jamais! Tinha vontade de saber se ele já se arrependera de algo na vida. E cogitar isso, não lhe fazia bem. E se ele tivesse se arrependido de todo mal que tinha lhe feito? Tudo teria sido em vão... Mas não, ele nunca se arrependeria de nada, sempre considerava-se o "dono da verdade". Que verdade, meu amado? Agora tinha sua lição. O cheiro da morte feria suas narinas. Ela amou aquele homem. Aquele mesmo homem que todos os dias puxava seus cabelos e batia-lhe na face. Recordava dos dias em que ele beijava os seus olhos arroxeados e dizia em segredo que não queria fazê-la nenhum mal. As lágrimas não cessavam, as lembranças não cediam e o sangue dele ainda estava no seu vestido e em suas mãos. A faca descansava aos seus pés e ao lado do corpo do marido. Viúva e vingada.

2 comentários:

Guuh disse...

ahh
tu escreve sempre tãoo...
só sei que amo o jeito que voce escreve!

amo voce :*

Maike Guerra disse...

puuuuuuuuuuuts q texto FODAAA, MTO bem elaborado deh, adoreii mesmo, parabéns amor :*